Por que a rentabilidade histórica da minha carteira está negativa e o meu rendimento nominal positivo?

Muitos investidores têm dúvidas sobre a forma mais adequada de acompanhar a rentabilidade dos investimentos. O cálculo não é simples, principalmente quando a carteira tem muitos ativos e recebe aportes mensais (em diferentes datas). A complexidade aumenta caso essa mesma carteira tenha sofrido resgates ou substituição de ativos ao longo do período.

Na Genial Investimentos, o cálculo de rentabilidade é elaborado no método de cotas. Esse método é amplamente usado pelo mercado financeiro para realizar o cálculo de forma profissional.

O cálculo de rentabilidade pelo método de cotas permite que você avalie a qualidade do serviço de assessoria financeira, refletindo o retorno (%) independentemente da quantia aplicada ou resgatada ao longo do tempo.

Antes de você entender a lógica por trás dos números, é importante dominar conceitos financeiros básicos:

Rentabilidade → Variação percentual

O quanto você obteve de ganho/perda sobre o patrimônio investido e varia de acordo com a as compras e vendas do período.

Rendimento → Ganhos nominais

O quanto você aumentou ou reduziu seu patrimônio ao longo do período analisado

Como o método de cotas funciona?

A rentabilidade é calculada a partir da variação do preço das cotas, ao invés da variação do patrimônio. Assim, o cálculo elimina um erro bastante comum dos investidores de considerar no rendimento os novos aportes feitos dentro do período.

Para realizar a apuração via cotas, é necessário definir:

  1. Valor inicial de cota: é o valor de referência para apuração das cotas futuras. A maioria das casas utiliza R$100 porque facilita a apuração da rentabilidade.
  2. Quantidade de cotas inicial: é calculado pela divisão do valor do patrimônio inicial pelo valor inicial de cota
  3. Quantidade de novas cotas: ao realizar um novo aporte, o sistema calcula a quantidade de cotas adicionadas em função do valor da cota no momento do aporte.
  4. Quantidade de cotas resgatadas: ao realizar um resgate, o sistema calcula a quantidade de cotas resgatadas a partir do valor da cota no momento do resgate.
  5. Quantidade total de cotas: quantidade de cotas inicial+ quantidade de novas cotas resultante dos novos aportes feitos no período – quantidade de cotas resgatadas no período
  6. Valor da cota no final do período: é calculado pela divisão do valor do patrimônio no final do período pela quantidade total de cotas
  7. Rentabilidade no período: é calculado pela divisão do valor da cota no final do período pelo valor inicial de cota
  8. Rentabilidade consolidada = (1 + [Rentabilidade Período 1]) x (1 + [Rentabilidade Período 2]) – 1

E na prática, como funciona?

Para você entender melhor como funciona o cálculo, preparamos um exemplo:

Nele, consideramos uma carteira com 50% dos recursos alocados em um fundo e 50% alocados em Bolsa, cujo patrimônio inicial é de R$ 10.000. Essa carteira receberá um novo aporte no segundo mês de R$20.000, respeitando a mesma distribuição entre os ativos (50% para cada).

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Neste caso específico, a carteira possui uma rentabilidade acumulada de -1,31% e um rendimento acumulado de R$66.

Esse fenômeno acontece porque, entre o primeiro e o segundo mês, a carteira teve uma evolução patrimonial relevante. O investidor fez um novo aporte de R$20 mil que representa um incremento de +204% do patrimônio no final do primeiro mês.

Como dissemos antes, o cálculo de rentabilidade pelo método de cotas permite que você avalie o retorno (%) independentemente da quantia aplicada ou resgatada ao longo do tempo.

A conclusão que podemos chegar é que a alocação de recursos não trouxe uma rentabilidade positiva nesta série histórica, apesar de ter contribuído para a evolução patrimonial do investidor, gerando rendimentos positivos.

E por que é importante acompanhar a rentabilidade da carteira dessa forma?

Porque nos permite avaliar a qualidade do investimento, retirando o comportamento do investidor da equação. Ao avaliar a performance de 2 carteiras diferentes, deveríamos escolher aquela que gera maior rentabilidade com a mesma exposição a risco.

 

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